quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Séries: Lost



Inaugurando a sessão sobre séries do Mixoramma, nada melhor do que começar com uma das séries mais inovadoras e intrigantes dos últimos anos: LOST.


Há 6 anos atrás, no dia 22 de setembro de 2004, com 324 passageiros à bordo, o vôo 815 da Oceanic Airlines partiu de Sydney com destino a Los Angeles.
Fatidicamente, o avião nunca chegou a pousar em LAX, após uma turbulência, foi partido em três seções, das quais uma caiu na floresta, uma na praia, e uma na costa marítima da Ilha.
71 pessoas, um cachorro e um feto sobreviveram a queda.

E foi assim que tudo começou.

Descrever Lost é algo que, infelizmente, eu não pretendo fazer aqui - pura falta de capacidade -, mas desafio quem puder fazê-lo.
Foram seis anos tentando entender o que se passava nas mentes conspiratórias de J. J., Carlton e Damon - quase inútil, diga-se de passagem. Lost vai além de qualquer descrição e expectativas. Hoje eu me orgulho por ter vivido esses seis anos junto com personagens tão maravilhosamente humanos, falhos e errantes! Não existe o bom e o mau na vida, não existe o bom e o mau em Lost. Engana-se quem tenta encontrar o "good guy" e o "bad guy" nessa história... é tão inútil quanto tentar entender porque Edward Cullen brilha no sol.


Mistério. Drama. Ficção. Suspense. Terror.

Lost foi sobre pessoas. Desde o início, foi sempre sobre pessoas.
Acredito eu que aqueles que não se satisfizeram com o final não entendem nem aceitam a humanidade dos personagens. Talvez daqui a 10, 20 anos, Lost receba o devido destaque que merece, e seja reconhecido por movimentar e entusiasmar espectadores que não se sentiam dessa forma desde X-files e todas as grandes séries noventistas.

Eu assisti muitas séries na minha vida.
Desde criança, meu pai, um aficcionado por seriados de todas as formas e categorias, me apresentou a esse mundo e eu nunca mais tomei o caminho de volta.
Sim, assisti muita séries ao longo da minha vida. Dezenas.
Mas não Lost.
Eu não assisti Lost. Eu vivi Lost.

“Lost não é apenas um seriado, é uma experiência”.

Assistir um episódio de Lost, desligar o notebook e ir dormir não é parte da rotina de um Loster.
Por seis anos Lost nos fez prestar atenção a cada detalhe, cada sombra que passava no cantinho da tela, cada gesto, cada palavra. Lost nos fez estudar de física quântica a lendas egípcias; de numerologia a Bíblia sagrada.
E qual outra produção televisiva conseguiu esse feito? Nenhuma.
Lost marcou o novo século junto com sua capacidade de interação. Nós fizemos Lost - quem acompanhou, sabe ao que me refiro.
Damon Lindelof e Carlton Cuse estavam sempre atentos a tudo que saía de nossas mentes: flashs forwards, flash back, anagramas, Flocke, MIB, flash sideway..
Foi tudo nosso.

Jamais esperei um final mastigado e diluído pra essa série. Desde o princípio eles confiaram na nossa capacidade de entender, e eventualmente, todos irão.
Lost nos instigou a ir atrás e descobrir por nós mesmos, afinal, estávamos todos perdidos.



Aos que nunca assistiram, espero que esse post cause algum interesse.
É uma pena começar tão tarde e ter perdido todas as discussões e teorias intermináveis que aconteciam em lugares como a comunidade "Lost Brasil", na Lostpedia ou até mesmo no ponto de ônibus.
Mas o que vale é a jornada, sempre a jornada.
Não importa como termina, não importa aonde o fim vai te levar, o mais importante sempre será a jornada, e por essa curta jornada de uma vida, meus agradecimentos mais uma vez a J. J. Abrams, Carlton e Damon.
De verdade, foi mais do que uma série pra mim.



E no fim das contas, todos estavam perdidos sim, mas a ilha era só um detalhe.
Que bom que puderam se encontrar. Que bom.

"I thought about all of the tings that everyone ever says to each other, and how everyone is going to die, whether it’s in a millisecond, or days, or months, or 76.5 years, if you were just born. Everything that’s born has to die, which means our lives are like skyscrapers. The smoke rises at different speeds, but they’re all on fire, and we’re all trapped"

“After all, to the well-organized mind, death is but the next great adventure.”


“If reading Harry Potter was about learning how to live, then watching LOST was about learning how to die.”


E é com grande tristeza que digo ainda adeus a Lost. Mas como diria nosso grande brother:

" See you in another life, brotha."



Fotos: http://lost-tv.tumblr.com/ 

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