Inaugurando a sessão sobre séries do Mixoramma, nada melhor do que começar com uma das séries mais inovadoras e intrigantes dos últimos anos: LOST.
Há 6 anos atrás, no dia 22 de setembro de 2004, com 324 passageiros à bordo, o vôo 815 da Oceanic Airlines partiu de Sydney com destino a Los Angeles.
Fatidicamente, o avião nunca chegou a pousar em LAX, após uma turbulência, foi partido em três seções, das quais uma caiu na floresta, uma na praia, e uma na costa marítima da Ilha.
71 pessoas, um cachorro e um feto sobreviveram a queda.
E foi assim que tudo começou.
Descrever Lost é algo que, infelizmente, eu não pretendo fazer aqui - pura falta de capacidade -, mas desafio quem puder fazê-lo.
Foram seis anos tentando entender o que se passava nas mentes conspiratórias de J. J., Carlton e Damon - quase inútil, diga-se de passagem. Lost vai além de qualquer descrição e expectativas. Hoje eu me orgulho por ter vivido esses seis anos junto com personagens tão maravilhosamente humanos, falhos e errantes! Não existe o bom e o mau na vida, não existe o bom e o mau em Lost. Engana-se quem tenta encontrar o "good guy" e o "bad guy" nessa história... é tão inútil quanto tentar entender porque Edward Cullen brilha no sol.
Mistério. Drama. Ficção. Suspense. Terror.
Lost foi sobre pessoas. Desde o início, foi sempre sobre pessoas.
Acredito eu que aqueles que não se satisfizeram com o final não entendem nem aceitam a humanidade dos personagens. Talvez daqui a 10, 20 anos, Lost receba o devido destaque que merece, e seja reconhecido por movimentar e entusiasmar espectadores que não se sentiam dessa forma desde X-files e todas as grandes séries noventistas.
Eu assisti muitas séries na minha vida.
Desde criança, meu pai, um aficcionado por seriados de todas as formas e categorias, me apresentou a esse mundo e eu nunca mais tomei o caminho de volta.
Sim, assisti muita séries ao longo da minha vida. Dezenas.
Mas não Lost.
Eu não assisti Lost. Eu vivi Lost.
“Lost não é apenas um seriado, é uma experiência”.
Assistir um episódio de Lost, desligar o notebook e ir dormir não é parte da rotina de um Loster.
Por seis anos Lost nos fez prestar atenção a cada detalhe, cada sombra que passava no cantinho da tela, cada gesto, cada palavra. Lost nos fez estudar de física quântica a lendas egípcias; de numerologia a Bíblia sagrada.
E qual outra produção televisiva conseguiu esse feito? Nenhuma.
Lost marcou o novo século junto com sua capacidade de interação. Nós fizemos Lost - quem acompanhou, sabe ao que me refiro.
Damon Lindelof e Carlton Cuse estavam sempre atentos a tudo que saía de nossas mentes: flashs forwards, flash back, anagramas, Flocke, MIB, flash sideway..
Foi tudo nosso.
Jamais esperei um final mastigado e diluído pra essa série. Desde o princípio eles confiaram na nossa capacidade de entender, e eventualmente, todos irão.
Lost nos instigou a ir atrás e descobrir por nós mesmos, afinal, estávamos todos perdidos.
Aos que nunca assistiram, espero que esse post cause algum interesse.
É uma pena começar tão tarde e ter perdido todas as discussões e teorias intermináveis que aconteciam em lugares como a comunidade "Lost Brasil", na Lostpedia ou até mesmo no ponto de ônibus.
Mas o que vale é a jornada, sempre a jornada.
Não importa como termina, não importa aonde o fim vai te levar, o mais importante sempre será a jornada, e por essa curta jornada de uma vida, meus agradecimentos mais uma vez a J. J. Abrams, Carlton e Damon.
De verdade, foi mais do que uma série pra mim.
E no fim das contas, todos estavam perdidos sim, mas a ilha era só um detalhe.
Que bom que puderam se encontrar. Que bom.
“After all, to the well-organized mind, death is but the next great adventure.” |
“If reading Harry Potter was about learning how to live, then watching LOST was about learning how to die.”
E é com grande tristeza que digo ainda adeus a Lost. Mas como diria nosso grande brother:
" See you in another life, brotha."
Fotos: http://lost-tv.tumblr.com/
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